sábado, 10 de agosto de 2013

Escrita criativa individual: escrita diarística e invenção de poderes

Como já se tornou nosso hábito, em cada sessão propomos que as crianças escolham uma de duas opções de exercícios de escrita criativa individual, sempre tendo como base o livro lido, os seus temas e as suas personagens. Como sabes, Nobody Owens teve uma vida pouco convencional, e uma família muito especial. Ao longo do livro, assististe a algumas das suas aventuras, onde conheceu outros habitantes do cemitério, e se meteu em grandes sarilhos. Estas aventuras deram-nos duas ideias para exercícios de escrita.


A primeira foi a seguinte: se Bod tivesse um diário onde escrever os seus pensamentos, e contar como foi o seu dia, como seria? Foi pedido às crianças que escrevessem uma, ou várias, páginas do diário de Nobody, contando (como se fossem ele!) como é viver num cemitério, e ter a oportunidade de se tornar próximo de pessoas tão... interessantes!

Vamos ver as páginas do diário de Bod!

William Greer (12 anos)
Diário, hoje foi um dia cansativo e estranho. Finalmente vinguei-me, os homens Jack foram derrotados e por isso estou livre, posso ir para a cidade. Acho que me livrei dos últimos cinco homens Jack … três deles foram para o Inferno, um deles caiu no caixão do Sr. Castrairs e torceu o tornozelo e o último homem Jack ficou preso com o sleer.
A parte estranha do dia de hoje foi que a Scarlett achou que eu era um monstro sem eu saber porquê! Ela depois foi-se embora para a Escócia com a mãe e por isso nunca mais a vou ver.

Diário, hoje foi um dia triste e estranho. Quando acordei não encontrei ninguém no cemitério, foi muito estranho … Reparei que tinha perdido os privilégios do cemitério. Fui ver o Silas e ele disse-me que estava na altura de viver a minha vida fora do cemitério e assim foi. O portão do cemitério já estava aberto e eu respirei fundo e fui-me embora do cemitério (claro que me despedi das pessoas que encontrei).


Gostaram? Vamos agora ver os textos de quem aceitou o nosso segundo desafio de escrita criativa!

Apesar de ser o único habitante vivo no cemitério, Bod possui algumas habilidades especiais que lhe permitem atravessar paredes, passar despercebido, ver no escuro e entrar em sonhos alheios. Nobody aprende a usar estes poderes para se defender dos homens vivos que lhe querem fazer mal, e que estão fora do cemitério. Deixemos que Silas explique melhor esta situação (ele explica-a muito melhor do que qualquer uma de nós!):

Algumas aptidões podem adquirir-se através da aprendizagem, outras por meio de treino, e outras ainda com o tempo. Conseguirás essas aptidões estudando. Não tardarás a dominar as técnicas do Desvanecimento, Deslizamento e Caminhar em Sonhos. (...) Afinal, foi-te concedido o Privilégio do Cemitério – dizia Silas. – Portanto, o cemitério cuida de ti. Enquanto aqui estiveres, consegues ver no escuro. Consegues caminhar de algumas formas que deviam ser interditas aos vivos. Os olhos dos vivos desviam-se de ti.
(em A estranha vida de Nobody Owens, Capítulo 2)



Se Bod tivesse um outro poder sobrenatural para além destes, qual seria? Foi pedido às crianças que imaginassem uma quarta habilidade que Bod poderia aprender, e escrevessem um pequeno texto onde Bod utiliza esta nova e estranha habilidade, ou a relata de alguma forma.

Vamos ver os textos 
de quem aceitou este desafio!

Diogo Leão (10 anos)
O meu quarto poder é muito estranho e consiste em: ter tudo o que o dedo indicar.
Só usei esse poder uma vez, mas foi bastante eficaz, pois acabou com ele (o Jack) de vez. Ora vou contar:
Um dia estava eu, numa bela manhã de sábado, a passear pelo cemitério quando vejo o Jack Frost com a sua faca empunhada. Não tardei a apontar para a faca e a ficar com uma na mão. Lutei com ele e vi que aquele gatuno não tinha muitas hipóteses, pois cinco minutos depois da luta ter começado ele estava estendido no chão com uma faca enfiada na barriga. Os meus problemas tinham acabado!

Rodrigo Leitão (12 anos)
Epílogo (19 anos depois)

Nobody estava sentado a conversar com uma fantasma, Emily. Ambos estavam a contar a história das suas vidas, mas Emily pouco tinha que contar. Morrera nova, vítima de uma doença grave. Por isso, limitava-se a ouvir Bod. Ouvia com tanto interesse, e sorvia cada palavra com tanto interesse, que se diria que caíra enamorada por esse rapaz … perdão, homem! O que de facto, não falta à verdade. Mas voltando à conversa, Bod dizia:
    — … e foi-me concedido o Privilégio do Cemitério!! Recebi quatro poderes: a multiplicação, que me permitia multiplicar e ficar com vários “eus”; o deslizamento, que me permitia atravessar paredes; o desvanecimento, que me permitia passar despercebido às pessoas; o caminhar em sonhos, que me permitia infiltrar em sonhos e falar com as pessoas …
    — A sério? Fascinante! Conta mais, — pediu Emily.
E, de braço dado e a conversar, afastaram-se na névoa do cemitério.


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1 comentário:

  1. Olá Boa Tarde! Não sou uma criança, mas tenho bastante interesse pela leitura e pela escrita. Não sei se as vossas lições de escrita criativa são apenas presenciais, ou se produzem alguma coisa em formato digital para os que estão de fora possam seguir.
    De qualquer maneira vim manifestar o meu interesse e pedir se me poderiam indicar alguns exercicios individuais de escrita criativa para eu não perder o jeito...
    Obrigada e continuem com o bom trabalho.

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